E o erro, vai ver, estava justamente aí: Fez demais. Fez além!
É errado se dedicar? Claro que não. Mas tem gente que não conhece os limites pra isso. Até para dedicação tem limite.
Ceder é importante, conhecer o que o outro gosta também é, companheirismo e estar ao lado é magnífico. O problema é que às vezes exagera-se na dose e perde-se a noção do equilíbrio entre ceder e se anular, entre companheirismo e simbiose. Com a desculpa de ser flexível, a pessoa acaba é se anulando mesmo. Para de enxergar a si mesmo e só foca no outro. Pensa no que o outro gosta, pensa em agradar, pensa em não desagradar, enfim. Jura que não, mas acaba vivendo a vida do outro...
Talvez ela tenha parado de correr no parque no fim de semana, já que ele era mais sedentário, para ficar mais perto dele. Talvez ela tenha parado de encontrar as amigas pelo mesmo motivo. Mas ela não consegue perceber que andar no parque a fazia ficar mais relaxada e com mais vitalidade, que encontrar as amigas a deixava com vários assuntos a comentar depois... Coisas que faziam dela uma pessoa tão alegre... Que o encantava!
Talvez ele tenha largado o futebol e parado de ler os livros que gostava para ficar mais tempo com ela. E não 'se liga' que os benefícios que ele tinha (como ter mais disposição e saúde pela atividade física, e mais 'mente aberta' pela leitura) eram estendidos a ela... Que tinha tanto prazer em estar com ele também por isso!
Mas durante muito tempo nos fizeram acreditar que bonito era isso: Virar 'um só'. Fazer tuuuudo junto. Ficar as 24 horas do dia lado a lado. Felizmente, hoje existe uma maior consciência da importância da individualidade.
Os casais, antes de começarem a namorar, se encantam é um com o outro. E mesmo quando é algo que começa puramente físico, o relacionamento só continua se houver alguma afinidade, admiração etc... E aí está o início de tudo. Um gosta do outro pelo que a pessoa é... E antes de ficarem juntos, sem um ao outro, eram 'inteiros'. Mas passam a ficar juntos e viram 'um só ser'... Lindo isso, não? Só na velha teoria!
O problema é que, nessa de virar 'um só ser', deixam de ser os inteiros que se admiravam. Se o casal vira "uma coisa só", quando se olham, acabam se sentindo perdidos, não sabendo quem é quem, e pior de tudo, mal têm consciência de quem são! E... Onde está aquela pessoa por quem se apaixonou? A partir do momento em que ela se 'funde' na relação... Deixa de existir! E aí começa aquilo que vai virar o fim...
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