quarta-feira, 14 de outubro de 2015

"...por que não aprendo isso ou não saio dessa de uma vez???"

Creio que todos já fizeram essa pergunta em algum momento da vida. Parece que certas coisas sabemos exatamente como deveriam ser, e outras, como gostaríamos de sentir e/ou agir totalmente diferente do que fazemos.

E, se sabemos disso... Por que "cargas d'água" não conseguimos estar ou agir como queremos?

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que não controlamos o que sentimos, por mais que queiramos. Às vezes custa para entendermos que não é porque achamos que determinada coisa é 'o certo', vamos dizer assim, que assim já somos. E isso gera vários conflitos e decepções conosco mesmos... O foco dessa postagem não é exatamente isso, se quiser saber mais sobre 'a arte de tentar controlar o que sentimos' leia mais no link http://venhaereflita.blogspot.com/2014/06/eu-estou-bem-apesar-de-tudo.html . E nossos sentimentos não possuem um botão "liga-desliga", e é preciso suportá-los por um tempo às vezes, mesmo que nos incomodem.

Mas a ideia dessa postagem é outra. É entender o valor do tempo no processo do aprendizado.

Claro que ninguém gosta de sentir tristeza ou qualquer outro sentimento que nos coloque "para baixo" ou que ainda nos faça nos sentirmos inferiores de alguma forma. Mas certas coisas precisam de tempo para serem entendidas e digeridas. A própria vida nos dá exemplos disso. Por exemplo, pense numa pessoa com um processo inflamatório. Ela vai ao médico e ele receita um comprimido duas vezes ao dia durante 15 dias. Ou seja, ao longo desse período, a pessoa vai tomar 30 comprimidos. Aí pergunto a vocês: A pessoa vai conseguir sarar se tomar os 30 comprimidos de uma vez? Claro que não, ela pode até se desintoxicar e certamente a inflamação não vai passar "de uma vez". Remédio se toma aos poucos, concordam? E temos também que estarmos cientes de que alguns medicamentos podemos tomar a vida inteira e não encontrar a cura... Assim como talvez teremos que saber lidar com determinadas fraquezas para sempre...

Quer um outro exemplo? Em geral, as pessoas precisam consumir 2000 calorias por dia. Em uma semana, temos 14000 calorias. Seria saudável e coerente ingerir 14000 calorias de uma vez e passar o resto da semana sem comer nada? Óbvio que não. A pessoa passaria mal no dia, e sentiria fome em outros.

Parecem exemplos bobos, mas não são. São exemplos de que na vida certas coisas precisam ser dosadas diariamente e tomadas aos poucos....

Portanto, não se cobre tanto em aprender algo 'de uma vez', ou ainda, de mudar seus sentimentos de uma hora para outra. É como está exemplificado. Na vida as coisas acontecem aos poucos. Um bebê precisa de pelo menos sete meses para se desenvolver no útero. Uma universidade se faz em média em 4 anos. Por que com nossos sentimentos e evolução pessoal deveria ser "imediato"? Nenhum ser humano tem condições de conseguir certas coisas de imediato apenas por querer. Querer é poder, sim, porém é preciso respeitar o tempo para a conquista.

Não temos capacidade física ou intelectual para receber aprendizados em doses "cavalares",  a vida é sábia nesse sentido e nos dá vários sinais de que é preciso entender que acima de qualquer realização ou conquista, está o tempo, como nos exemplos acima. Perder tempo é ruim, sem dúvida. Mas acredite que entender o processo de aprendizado e compreender os próprios limites não é perda de tempo, pelo contrário. É otimização dele. Querer 'correr' pode nos trazer uma falsa sensação de dever cumprido, sendo que no fundo não fizemos uma construção sólida. É como construir um castelo de areia porque vai bem mais rápido do que construir um de concreto.

Então, compreenda-se, acolha-se, aceite seus desafios e suas fraquezas, e tenha paciência com você mesmo. Todos nós temos alguns desafios a enfrentar. E é perfeitamente natural que nas horas mais difíceis tenhamos a sensação de que aquilo nunca vai passar (Leia mais sobre isso em http://venhaereflita.blogspot.com/2014/07/quando-chega-o-pior-momento-de-nossas.html ), mas passa sim. Inevitavelmente...

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

"Terminar um relacionamento de 5, 10, 15, 20 anos...? E jogar tudo fora?"

Eis aí uma das coisas mais difíceis na vida. Ter coragem de pôr um fim numa relação que não traz mais conforto, que não nos deixa felizes, que nos magoa e faz mal.

Lógico que pode ser possível recuperar. Quando ainda existe amor entre ambas as partes, pode valer a pena tentar de novo, desde que ambos o queiram. Agora, e quando não é o caso? Há muitos motivos para tomar coragem e fazer o que deve ser feito. Veja alguns:

1) Ok, você tem pena de terminar um relacionamento ou casamento de 20 anos ou mais. 
Mas vamos supor que você tenha mais 40 anos de vida. Por causa dos últimos 20 anos, vai comprometer a felicidade dos próximos 40? E cada minuto de vida é precioso. Mesmo que você tenha alguns meses apenas, vale a pena viver os últimos meses da sua vida mais feliz, não vale?

2) Pode ser que você simplesmente não consiga aceitar que aquela pessoa que você aprendeu a amar já não seja mais a mesma... 
Ou talvez nunca tenha sido quem você pensava que fosse, ou pior ainda, que você idealizou (Leia mais em http://venhaereflita.blogspot.com/2014/07/quando-congelamos-uma-pessoa-no-tempo.html). Tem gente que passa a vida inteira tentando mudar o outro, na esperança de que a pessoa mude ou melhore... e isso é uma grande ilusão. Só muda ou só volta a ser quem era antes quem quer.

3) "Mas a minha família gosta tanto dele(a)"...  
Não é a sua família que convive com vocês. Ela não vê as coisas que te incomodam no outro, e mesmo que veja... É você que deve definir se consegue conviver ou não.

4) "E os filhos?" 
Os filhos, como eu já disse em http://venhaereflita.blogspot.com/2015/01/casa-se-nao-der-certo-separa.html, terão um crescimento mais saudável vendo os pais felizes. No começo pode até ser difícil, mas no médio e longo prazo será muito melhor para eles. É preferível que eles vejam os pais separados há dez anos mas cada um feliz com sua vida, do que vendo os pais nesses mesmos dez anos em desamor. Você acha mesmo que eles não percebem? E outra coisa... Se você não se colocar em primeiro lugar, não vai conseguir fazer o melhor que poderia por eles.

5) "Dá desânimo só de imaginar começar tudo de novo com outra pessoa..."
Claro, logo após o rompimento a última coisa que se tem vontade é encontrar outra pessoa. Mas depois que a cabeça esfria, a coisa muda de figura. E mesmo que não mude... A vida não é um eterno recomeço?

6) "Não quero que ele(a) sofra..."
Isso vai ser inevitável. Para ele(a) e para você também. Sofrer faz parte, e infelizmente ninguém está ileso à sofrimentos.

Pessoal, a gente não faz ideia de tudo o que a vida tem para oferecer. Das voltas que a vida dá. Das surpresas que ela traz... E uma delas pode ser o recomeço desse mesmo relacionamento, porém mais maduro!