quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"O problema sou eu, e não os outros!" - Será?

Há alguns dias uma amiga veio me contar que andava se sentindo meio desconfortável. E jurava que o problema não era ninguém, era ela mesma.

Aí eu disse a ela: "Pode ser... Mas às vezes a gente se desconforta por causa dos outros e é difícil admitir. Parece que o problema somos nós e na verdade é nossa insatisfação com os outros. E para não desagradar... Engolimos o desconforto como se fosse nós mesmos."

Isso acontece muito. Quantas vezes nos anulamos, nos desconfortamos, "engolimos sapos", escondemos nosso descontamento com comportamentos de pessoas com quem convivemos... E quantos de nós não sabemos nos colocar em primeiro lugar, e para ser aceito, evitar a rejeição, evitar problemas... Acabamos não sabendo nos impor. E com isso tornamo-nos permissivos. Ou ainda, colocamos a culpa em nós mesmos, como se nós fôssemos o problema.

Claro que às vezes o problema é nosso. Mas o objetivo desse texto não é analisar por esse ponto de vista, e sim, analisar quando NÃO é.

Quando paramos para pensar que o problema somos nós... O desconforto passa ao descobrirmos se somos e passamos a trabalhar pela nossa melhoria. Agora, quando a inquietude permanece, quando fica alguma pergunta no ar... Pode ser que simplesmente não estejamos conseguindo admitir, ou não temos coragem de enxergar, que uma pessoa querida, ou nem tanto, nos desconforta.

Às vezes achamos que somos exigentes demais. Que temos que aceitar as pessoas como são. Mas esse desconforto pode ser simplesmente uma manifestação do desejo de termos relações mais satisfatórias com familiares, amigos, colegas... E, assim, nem sempre nos colocamos em primeiro lugar. E muitos de nós não nos damos conta que fazemos isso e sequer os outros enxergam os sacrifícios e concessões que fazemos por eles. Abrir mão da própria personalidade para agradar os outros, todos sabemos, é um dos maiores erros que podemos cometer. Isso sinaliza baixa auto estima, falta de aceitação de si mesmo(a), ou culpas que carregamos e inconscientemente achamos que temos que ser punidos... E uma das formas de punição é a anulação de si mesmo.

E, nesse esforço sobre-humano em tentar "exercer a aceitação dos outros como são"... Podemos cair numa rotina de conviver sem estar feliz, sem estar satisfeito. Podemos ficar anos nos arrastando em relacionamentos tóxicos, vivendo a vida para agradar familiares... E nos habituamos a viver assim, deixando a vida passar sem gosto e sem prazer.

Lógico que enfrentaremos problemas de convivência. É inevitável ter discordâncias por mais afinidades que existam em qualquer tipo de relação. Agora, quando trata-se de discordância em VALORES, objetivos... Aí sim, é de se pensar. Não em quem está certo ou quem está errado, mas sim, como chegar num acordo para ter uma convivência pacífica, ou ainda, se tal convivência é possível.

Pare e pense: O que você quer? O que é importante para você? Dê as respostas sinceras para você mesmo(a). Nem precisa falar para ninguém. Analise e depois veja se realmente você tem que mudar, ou se simplesmente quer ser aceito(a) tanto quanto você procura aceitar os outros! Talvez nem você nem os outros precisem mudar. Simplesmente se adaptarem para manter uma boa convivência. 

Queira viver em paz com os demais... Mas acima de tudo, busque a paz dentro de si mesmo. E o preço disso pode ser manifestar nossa insatisfação ou diferenças com os demais!

sábado, 14 de fevereiro de 2015

"Resolvi cultivar minha fé sozinho(a)"

Muitas pessoas optam por desenvolverem a fé sozinhas. 

Algumas são agnósticas, ou seja, creem em algo superior mas não conseguem seguir nenhuma religião em específico.

Algumas até procuram um lugar para frequentar, mas não conseguem "se encontrar" em nenhum.

Algumas se afastam de igrejas ou templos por terem se decepcionado com lugares que frequentaram, apesar de se identificarem com a filosofia ou religião do lugar. Mas vamos entender que o problema não deve ter sido com o lugar ou doutrina em si, mas sim com as pessoas que o frequentam ou dirigem.

Outras simplesmente não têm vontade de frequentar, ou não querem mais um compromisso em suas rotinas.

E assim as pessoas vão fazendo suas orações, fazem algumas leituras e assistem programas a respeito, refletem... E seguem. 

Mas por mais boa vontade que tenhamos, nem sempre conseguiremos desenvolver algumas coisas sozinhos. E creio que a fé (em Deus, Cristo, Buda, Jeová... Seja em quem for) seja uma delas.

Quando resolvemos seguir ou escolhemos alguma religião, sempre há muito o que aprender nelas. Teorias, conhecimentos, depoimentos de quem se beneficiou, fatos históricos sobre ela... E muitas vezes acabamos deixando de ter acesso a muita coisa quando optamos por não frequentar um local. O conhecimento pode aumentar, e muito, a nossa fé!

E na escolha em não frequentar podemos perder grandes oportunidades... Valeria muito a pena buscar mais conhecimentos com pessoas mais experientes na filosofia, temos muito o que aprender. Sem contar que sozinhos, lendo por exemplo sobre uma religião, corremos o risco de fazermos interpretações equivocadas do que realmente ela queria nos passar...

E quando optamos por não frequentar nenhum lugar, deixamos também de conviver e conhecer pessoas com quem podemos ter afinidade (E afinidade por fé é sempre muito gratificante). Com essas também poderíamos aprender muito, até porque além da troca de experiências, também seríamos bem compreendidos em momentos difíceis por pessoas que partilham de nossa fé e valores.

E para quem acredita... Nos locais religiosos que trabalham em nome do Bem, sempre haverá a presença de anjos da guarda. O hábito de frequentar nos coloca em contato com eles regularmente, e assim podemos fortalecer nossas defesas espirituais e receber uma carga de energia positiva contínua, visto que todos nós estamos sempre expostos às más influências do dia a dia.

Mas acredito também que possa existir um momento certo, talvez pré-determinado, para "despertarmos" e finalmente começarmos a desenvolver nossa fé em algum lugar ao qual já estejamos destinados!

Vale a pena parar para pensar no assunto... Com as religiões é possível aprender pelo amor, seria muito melhor buscá-las assim... E não pela dor, como acontece na maioria dos casos!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Porque recomendo a leitura

Quando criança, eu me lembro que eu gostava de brincar, mas acima de tudo, eu gostava de ler. Até antes de aprender, eu já conhecia as letras, e um dos passatempos preferidos que eu tinha aos 4, 5 anos era abrir livros (os maiores que eu encontrava) e ficar soletrando em voz alta, porque as letras eu já conhecia.

Aprendi rápido a ler. Eu realmente gostava, ganhava e "devorava" vários livros infantis, gibis, etc... E com isso, tinha facilidade para escrever, para fazer redações, etc... E trouxe esse hábito até à idade adulta. Lia ao menos 6 livros por ano.

Até que há 10 anos atrás resolvi entrar para a faculdade. Trabalhando o dia inteiro, estudando à noite, e tendo que arrumar preciosos minutos do dia para dar conta de estudar para provas, fazer trabalhos etc... Não tinha tempo mais para ler os livros que eu tanto gostava. Perdi o hábito.

Quando terminei a faculdade, meu ritmo de vida já era outro. O trabalho exigia bastante de mim, fazia vááárias horas extras... E com isso, não consegui retomar o hábito de ler. Lia muito pouco, apenas quando realmente dava e quando era uma leitura que muito me interessava.

Pouco tempo depois, percebi que comecei a ter dificuldades para redigir emails. Isso é péssimo para quem trabalha no computador o dia inteiro. Faltavam as palavras, sobravam dúvidas sobre como me expressar, eu muitas vezes não conseguia formular uma frase. E sempre fui muito exigente com uma boa escrita, sempre reparei em erros, etc... Quando fui me perguntar por que isso podia estar acontecendo, cheguei à conclusão: Só podia ser pela falta de leitura.

Mas infelizmente minha rotina estava sempre "tomada", durante a semana e ao final dela também... E nada de leitura!

Em 2014, acabei ingressando numa nova atividade. E nesta eu percebi que só iria me desenvolver lendo livros recomendados no assunto. E voltei a ler. Do jeito que dava: Um pouco à noite, em filas, em esperas, às vezes aos finais de semana. E, com isso... Reparei que em 2014 acabei lendo aproximadamente 7 livros! ;-)

E adivinhem o que aconteceu??? Voltei a conseguir escrever com mais desenvoltura e com bem menos dificuldade...

Tem muita gente que sequer se dá conta disso. Tem muita gente que nem imagina que pode começar a gostar de ler. Há quem diga que existem leituras "fracas" e "ruins". Eu discordo. Existem assuntos que podem não interessar muita gente, isso sim. Leitura boa é aquela que a pessoa gosta, não importa se não for uma leitura "recomendada pelos críticos". Leia, mesmo que sejam aqueles livros alvos de preconceitos. Ao menos você vai melhorar sua escrita e sua fala...





sábado, 7 de fevereiro de 2015

Os quatro elementos e suas cores

Durante a construção do planeta Terra, o mestre dos quatro elementos fazia uma importante reunião com eles. Iniciou dizendo:

_Meus caros! Fogo, Água, Terra e Ar... Todos vocês serão essenciais à vida no planeta Terra. E hoje os reúno para definir suas cores predominantes, e aceito suas sugestões. Vamos começar por você, Elemento Fogo! Você irá inspirar as mudanças, será quente... Como se fosse um pequeno sol a cada chama que será acesa. Creio que nenhuma outra cor seja tão apropriada a você quanto o amarelo, até em homenagem ao Astro Rei, nosso Sol!

_Mestre – respondeu Fogo – Eu ainda serei muito pequeno diante da grandeza do Astro Rei. Ter exatamente a cor amarela que o predomina na maior parte do tempo me deixará um pouco constrangido, acho que seria muito ousado, embora seria uma honra para mim...
O mestre pensou um pouco, e concordou com a observação do Fogo. Mas logo chegou a uma conclusão sobre sua cor.

_Admiro sua humildade apesar da energia e imponência que terá, caro elemento. É louvável sua observação. Eu sugiro então a cor alaranjada. Vamos continuar homenageando o Astro Rei, que por um curto período de tempo em alguns dias, se apresentará com esta cor quando estiver se pondo. E acredite, as pessoas irão adorar assisti-lo. Como não será sua cor o tempo todo, será uma homenagem reverente e discreta! O que acha de ser alaranjado, Fogo?

_Gostei da ideia, Mestre... E creio que os meus colegas também aprovam!

E todos, de fato, aprovaram. E o mestre continuou:

_Elemento Água, eu sugiro que sua cor principal seja o azul. Os mares e rios serão abundantes no planeta, e espero que com tanto azul para ver, as pessoas se inspirem a ter tranquilidade.

Todos concordaram, e o Elemento Água se sentiu feliz ao saber que inspiraria paz às pessoas.

_Chegou sua vez, Elemento Terra. Lembre-se de que no seu caso, você terá variações no mundo todo, e precisaremos diferenciá-lo também pela sua cor. Eu havia pensado no verde, mas o Senhor do Universo já o designou à vegetação...

_Mestre, que tal o vermelho? – respondeu o Terra.

_Poderia ser... Porém creio que o vermelho “puro” poderia ser um tanto chocante à vista dos humanos. Sendo assim, podemos colocar alguma cor derivada do vermelho. Tons de marrom, por exemplo. Teremos marrom bem escuro quase negro, teremos locais com terras mais avermelhadas, outras mais claras... Serão infinitos tons. O que acham, caros elementos?

Todos acataram a sugestão iniciada por Terra e aperfeiçoada pelo mestre, que continuou:

_Elemento Ar... Você é o mais difícil de todos. Não é à toa que estou te deixando por último. Confesso que não consigo imaginar uma cor para você! Vamos precisar da ajuda de todos vocês, Elementos... Não será fácil definir uma cor para um Elemento que estará preenchendo cada pedaço na Terra que estiver vazio. Até porque, os seres vivos estarão com você 100% do tempo, desde o nascer, até o último suspiro... Inclusive quando estiverem dormindo. Você merecerá uma bela cor!

Realmente, era uma decisão muito difícil. O Elemento Água foi o primeiro a dar sua opinião:

_Mestre... Já que meu azul vai inspirar tranqüilidade, que tal seria se o Ar fosse azul também?

_Água, não quero repetir as cores predominantes de vocês, elementos. Preciso diferenciá-los, visto que todos vocês serão abundantes e precisam ser destacados... E se eu definir que o Ar será azul, teremos outro problema, definir nova cor para você.

O Elemento Fogo também deu sua sugestão:

_Que tal o verde, Mestre? É uma cor calma também, que eu já soube que será a cor da esperança...

_Fogo, o verde irá ser abundante em nosso planeta também... Afinal a vegetação terá essa cor predominante. O Senhor do Universo está caprichando tanto nela, e será tão linda, que merecerá destaque, se o ar for verde poderá camuflá-la.

O Elemento Terra não sabia o que opinar, e apenas conseguiu dizer:

_E não podemos nos esquecer também, amigos, que a cor do Ar deverá ser muito bem estudada. Como ele estará em todos os lugares, as pessoas poderão ter dificuldade para enxergar as outras cores. Pensem só, se o Ar for amarelo também por exemplo... Ao olhar para o mar ou para o céu, poderão enxergá-los esverdeados, concordam?

Ninguém, nem o mestre, havia pensado nessa hipótese, e começou a ficar até desapontado consigo mesmo. O ambiente ficou em silêncio, todos estavam pensando a respeito. O próprio Ar, que até então estava calado, disse:

_Mestre... Neste caso, eu prefiro não ter nenhuma cor!

Todos olharam o Ar com espanto. Os comentários não paravam e todos falavam ao mesmo tempo:

_Mas, Ar, você merece ser visto!

_Ar, se for assim, as pessoas não se lembrarão que você existe...

_Ar, todos nós já temos uma cor, você também precisa ter!

O Mestre pediu silêncio:

_Por favor, um de cada vez! Vamos ouvir o que o Ar tem a dizer. Ar, por que você não quer ter cor?

_Amigos... Fogo, Terra e Água... As pessoas sempre verão vocês, todos os dias provavelmente, e faz sentido que elas os vejam para admirá-los. Mas eu serei o único que estará em todos os lugares, o tempo todo com essas pessoas... Não precisarei ser visto para que elas interajam comigo, mesmo sem perceber, mesmo sem se lembrarem de minha existência. Não tem a menor importância. Só o fato de eu saber que serei essencial às vidas delas, já fico feliz. E qualquer cor que eu tiver irá atrapalhar a visão delas, o que foi bem observado pelo Elemento Terra. Portanto, não me importo de ser invisível.

Todos ficaram emocionados com o exemplo de renúncia do Elemento Ar. O Mestre ainda tentou insistir um pouco:

_Ar, tem certeza de que não gostaria de estudar ao menos uma cor mais neutra a você? Sua atitude é muito bonita, mas... Temos tantas cores disponíveis! Não é possível que uma delas não seja adequada a você! Não ficará nem um pouco triste por não ser visto? Eu, sinceramente, estou um pouco chateado com isso...


_Não Mestre, não me importo, de verdade. Até prefiro. Quem sabe assim, eu não inspire as pessoas a perceberem que têm coisas que não precisam estar visíveis o tempo todo para serem essenciais ou importantes!