Essa é a pergunta que fazem 9 entre 10 pessoas que optam por ficarem sozinhas, ou que simplesmente não optaram mas estão mesmo assim...
E gente para dar palpite a elas, ou para "colocarem-nas para baixo", é o que não falta.
"Ah, mas você tem que se casar pelo menos uma vez na vida... Ou ao menos ter um(a) companheiro(a) mesmo que não more na mesma casa!"
"Filho é a melhor coisa do mundo, não é possível que você não queira ter um..."
E a clássica: "Quem vai cuidar de você quando chegar à velhice?"
Mas hoje é possível perceber que a juventude atual e o pessoal de seus 40 e poucos anos será praticamente a primeira geração com tanta gente que sim, vai chegar à terceira idade sem ter construído uma família. Muitos por opção, alguns nem tanto mas que seguem o velho ditado "antes só do que mal acompanhado(a)", e por muito mais motivos. Até porque hoje em dia não há aquela obrigatoriedade de casar, nem aquela pressão absurda que a sociedade e família faziam. Não que hoje não haja, mas ao menos, as pessoas começaram a aceitar melhor esse fato. Podem até dizer isso só na teoria e no fundo, conscientemente ou não, acham que "o certo" seria construir família. Mas já é alguma coisa, vai... É um sinal de que aos poucos esses conceitos serão amadurecidos.
Não que construir uma família seja algo ruim, claro que não, certamente é maravilhoso. Mas não deve ser visto como regra.
E a grande preocupação... Afinal, como será a velhice?
É claro que isso passa pela cabeça. Até porque, se esta é a primeira geração de futuros idosos que não construíram famílias, preocupa mesmo, porque não existe referência de como será. A única referência que temos é de uma maioria que construiu família e teoricamente não está só (bem teoricamente, porque conheço muitos idosos praticamente abandonados pelos filhos. Talvez, mais triste do que não ter filhos seja tê-los mas sofrer o descaso e abandono).
Mas eu creio que, se o mercado já pensa nessa futura população, ainda que timidamente (já começaram a surgir por exemplo condomínios voltados à terceira idade, com enfermeiros de plantão), no futuro as pessoas solteiras certamente terão uma estrutura e possibilidades de viver com tranquilidade.
Estávamos acostumados a ver nossos avós e bisavós muito doentes, ou há muito tempo aposentados, ou que faleciam cedo. É essa a visão que temos da velhice há um tempo atrás. Mas, olhe para a geração da terceira idade e idosos de hoje. Muitos são ativos economicamente, saem para dançar, cuidam da saúde, viajam, como algumas gerações de idosos atrás não fazia. Com a medicina avançando, com as pessoas sendo obrigadas a parar de trabalhar bem mais tarde (até porque os valores que a previdência paga pela aposentadoria nunca são suficientes, e considerando também que agora todo mundo será obrigado a trabalhar muito mais do que as gerações anteriores), e com o avanço da tecnologia... O mercado será obrigado a criar soluções, facilidades, produtos e serviços para essas pessoas. Aliás, certamente haverá grandes oportunidades para empresas que se voltarem a essa fatia de mercado.
E quanto à solidão... Essas pessoas terão alguns familiares, amigos (por isso, nunca podemos deixar de cultivar os que já temos e conquistar novos), e com certeza terão como conviver com pessoas na mesma situação que elas.
Quanta gente vive um casamento infeliz, quanta gente casa sem plena consciência do que está fazendo (só porque a sociedade influencia).... Se você se identifica com isso, pense bem se é isso que você quer. Tome cuidado para não sofrer, ou fazer alguém sofrer se no fundo o que você gostaria era estar sozinho, ou sem aquela pessoa...
E independente de como será... Além da vida ser sábia (confiemos no processo e na perfeição dela), acima de tudo, nosso futuro depende única e exclusivamente de nós. Nossa felicidade não depende de esposo(a), filhos, nem de ninguém. Claro que convívio, termos pessoas para amarmos e sermos amados por elas é muito importante e faz parte da vida, mas acima de tudo, temos que aprender a olhar para nós mesmos e lembrar que a única pessoa que estará conosco, garantida, até nosso último suspiro ou até nosso último momento de lucidez, será nós mesmos.
Esqueçamos das teorias do amor romântico, de achar nossa metade (afinal nascemos inteiros), de entender os filhos como extensão das pessoas... Porque dizer "não consigo viver sem você" só deve ser dito para o espelho!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Refletiu? Tem uma opinião diferente, algo a acrescentar ou discordar? Então deixe seu comentário!