sábado, 7 de fevereiro de 2015

Os quatro elementos e suas cores

Durante a construção do planeta Terra, o mestre dos quatro elementos fazia uma importante reunião com eles. Iniciou dizendo:

_Meus caros! Fogo, Água, Terra e Ar... Todos vocês serão essenciais à vida no planeta Terra. E hoje os reúno para definir suas cores predominantes, e aceito suas sugestões. Vamos começar por você, Elemento Fogo! Você irá inspirar as mudanças, será quente... Como se fosse um pequeno sol a cada chama que será acesa. Creio que nenhuma outra cor seja tão apropriada a você quanto o amarelo, até em homenagem ao Astro Rei, nosso Sol!

_Mestre – respondeu Fogo – Eu ainda serei muito pequeno diante da grandeza do Astro Rei. Ter exatamente a cor amarela que o predomina na maior parte do tempo me deixará um pouco constrangido, acho que seria muito ousado, embora seria uma honra para mim...
O mestre pensou um pouco, e concordou com a observação do Fogo. Mas logo chegou a uma conclusão sobre sua cor.

_Admiro sua humildade apesar da energia e imponência que terá, caro elemento. É louvável sua observação. Eu sugiro então a cor alaranjada. Vamos continuar homenageando o Astro Rei, que por um curto período de tempo em alguns dias, se apresentará com esta cor quando estiver se pondo. E acredite, as pessoas irão adorar assisti-lo. Como não será sua cor o tempo todo, será uma homenagem reverente e discreta! O que acha de ser alaranjado, Fogo?

_Gostei da ideia, Mestre... E creio que os meus colegas também aprovam!

E todos, de fato, aprovaram. E o mestre continuou:

_Elemento Água, eu sugiro que sua cor principal seja o azul. Os mares e rios serão abundantes no planeta, e espero que com tanto azul para ver, as pessoas se inspirem a ter tranquilidade.

Todos concordaram, e o Elemento Água se sentiu feliz ao saber que inspiraria paz às pessoas.

_Chegou sua vez, Elemento Terra. Lembre-se de que no seu caso, você terá variações no mundo todo, e precisaremos diferenciá-lo também pela sua cor. Eu havia pensado no verde, mas o Senhor do Universo já o designou à vegetação...

_Mestre, que tal o vermelho? – respondeu o Terra.

_Poderia ser... Porém creio que o vermelho “puro” poderia ser um tanto chocante à vista dos humanos. Sendo assim, podemos colocar alguma cor derivada do vermelho. Tons de marrom, por exemplo. Teremos marrom bem escuro quase negro, teremos locais com terras mais avermelhadas, outras mais claras... Serão infinitos tons. O que acham, caros elementos?

Todos acataram a sugestão iniciada por Terra e aperfeiçoada pelo mestre, que continuou:

_Elemento Ar... Você é o mais difícil de todos. Não é à toa que estou te deixando por último. Confesso que não consigo imaginar uma cor para você! Vamos precisar da ajuda de todos vocês, Elementos... Não será fácil definir uma cor para um Elemento que estará preenchendo cada pedaço na Terra que estiver vazio. Até porque, os seres vivos estarão com você 100% do tempo, desde o nascer, até o último suspiro... Inclusive quando estiverem dormindo. Você merecerá uma bela cor!

Realmente, era uma decisão muito difícil. O Elemento Água foi o primeiro a dar sua opinião:

_Mestre... Já que meu azul vai inspirar tranqüilidade, que tal seria se o Ar fosse azul também?

_Água, não quero repetir as cores predominantes de vocês, elementos. Preciso diferenciá-los, visto que todos vocês serão abundantes e precisam ser destacados... E se eu definir que o Ar será azul, teremos outro problema, definir nova cor para você.

O Elemento Fogo também deu sua sugestão:

_Que tal o verde, Mestre? É uma cor calma também, que eu já soube que será a cor da esperança...

_Fogo, o verde irá ser abundante em nosso planeta também... Afinal a vegetação terá essa cor predominante. O Senhor do Universo está caprichando tanto nela, e será tão linda, que merecerá destaque, se o ar for verde poderá camuflá-la.

O Elemento Terra não sabia o que opinar, e apenas conseguiu dizer:

_E não podemos nos esquecer também, amigos, que a cor do Ar deverá ser muito bem estudada. Como ele estará em todos os lugares, as pessoas poderão ter dificuldade para enxergar as outras cores. Pensem só, se o Ar for amarelo também por exemplo... Ao olhar para o mar ou para o céu, poderão enxergá-los esverdeados, concordam?

Ninguém, nem o mestre, havia pensado nessa hipótese, e começou a ficar até desapontado consigo mesmo. O ambiente ficou em silêncio, todos estavam pensando a respeito. O próprio Ar, que até então estava calado, disse:

_Mestre... Neste caso, eu prefiro não ter nenhuma cor!

Todos olharam o Ar com espanto. Os comentários não paravam e todos falavam ao mesmo tempo:

_Mas, Ar, você merece ser visto!

_Ar, se for assim, as pessoas não se lembrarão que você existe...

_Ar, todos nós já temos uma cor, você também precisa ter!

O Mestre pediu silêncio:

_Por favor, um de cada vez! Vamos ouvir o que o Ar tem a dizer. Ar, por que você não quer ter cor?

_Amigos... Fogo, Terra e Água... As pessoas sempre verão vocês, todos os dias provavelmente, e faz sentido que elas os vejam para admirá-los. Mas eu serei o único que estará em todos os lugares, o tempo todo com essas pessoas... Não precisarei ser visto para que elas interajam comigo, mesmo sem perceber, mesmo sem se lembrarem de minha existência. Não tem a menor importância. Só o fato de eu saber que serei essencial às vidas delas, já fico feliz. E qualquer cor que eu tiver irá atrapalhar a visão delas, o que foi bem observado pelo Elemento Terra. Portanto, não me importo de ser invisível.

Todos ficaram emocionados com o exemplo de renúncia do Elemento Ar. O Mestre ainda tentou insistir um pouco:

_Ar, tem certeza de que não gostaria de estudar ao menos uma cor mais neutra a você? Sua atitude é muito bonita, mas... Temos tantas cores disponíveis! Não é possível que uma delas não seja adequada a você! Não ficará nem um pouco triste por não ser visto? Eu, sinceramente, estou um pouco chateado com isso...


_Não Mestre, não me importo, de verdade. Até prefiro. Quem sabe assim, eu não inspire as pessoas a perceberem que têm coisas que não precisam estar visíveis o tempo todo para serem essenciais ou importantes!

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