Uma amiga minha separou-se do ex marido e precisou mudar de
casa. Como toda separação, foi triste, problemática e muito desgastante,
principalmente porque a decisão partiu
dela e ele não aceitou em princípio (separação é muito triste de qualquer
jeito, mas quando existe ao menos um comum acordo fica menos difícil, o que não
foi o caso).
O objetivo desse texto não é falar sobre a causa da
separação dela e os problemas de relacionamento, e sim, algo que ela me disse e
que em princípio todos nós sabemos. Mas ela ali, me contando da experiência
dela... Me fez entender ainda mais.
Contou-me que ela e o ex marido moravam num apartamento
grande e muito bem montado.
Antes desse, moravam em um menorzinho porém já
quitado. Claro que todos temos o direito de buscar mais conforto e melhoria,
mas ela mesma disse que teria sido mais sensato da parte deles, ao invés de
entrarem numa dívida para ir para um apartamento mais agradável, poderiam ter
ido guardando um dinheiro para fazer isso de maneira mais tranquila, afinal, já
não tinham a despesa de prestação (o sonho de muita gente, aliás...).
E, quando se separaram.... A parte dela que era de direito
deu para comprar um apartamento para ela morar, bem menor, porém já quitado. E
como o outro apartamento por ser bem maior permitia que ela tivesse muitas
coisas, até porque tinha uma grande tendência consumista... Mas precisou se
desfazer de várias para conseguir se mudar. Nem pareceu tão incomodada com o
processo da mudança, onde teve que tirar as coisas de lá, arrumando lugares
provisórios para deixar enquanto não conseguia entrar no novo apartamento, de
dormir na sala da casa da mãe etc...
Muitas pessoas no lugar dela sentir-se-iam incomodadas por
isso, por ter que ir morar num lugar não tão espaçoso, e sem poder levar tudo.
Mas o alívio dela com a separação foi tão grande que o consumo e a matéria
ficaram totalmente em segundo plano. Contou-me que se desfez de roupas, móveis,
acessórios que ela já nem usava tanto mas estavam ali... E, de uma maneira
tranquila e determinada, disse-me: “A
gente precisa de tão pouco para ser feliz...”
Senti de verdade a sinceridade, determinação e aprendizado
nas palavras dela. Nem todas as pessoas teriam esse desprendimento a ponto de
nem se incomodar com uma, digamos, “queda” no padrão de vida.
E ela disse isso com tanta propriedade, que me fez entender
ainda mais a lição de que, definitivamente, liberdade e leveza de espírito
valem muito mais do que as coisas materiais!!!
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