terça-feira, 4 de novembro de 2014

“A gente precisa de tão pouco para ser feliz...”

Uma amiga minha separou-se do ex marido e precisou mudar de casa. Como toda separação, foi triste, problemática e muito desgastante, principalmente  porque a decisão partiu dela e ele não aceitou em princípio (separação é muito triste de qualquer jeito, mas quando existe ao menos um comum acordo fica menos difícil, o que não foi o caso).

O objetivo desse texto não é falar sobre a causa da separação dela e os problemas de relacionamento, e sim, algo que ela me disse e que em princípio todos nós sabemos. Mas ela ali, me contando da experiência dela... Me fez entender ainda mais.

Contou-me que ela e o ex marido moravam num apartamento grande e muito bem montado. 
Antes desse, moravam em um menorzinho porém já quitado. Claro que todos temos o direito de buscar mais conforto e melhoria, mas ela mesma disse que teria sido mais sensato da parte deles, ao invés de entrarem numa dívida para ir para um apartamento mais agradável, poderiam ter ido guardando um dinheiro para fazer isso de maneira mais tranquila, afinal, já não tinham a despesa de prestação (o sonho de muita gente, aliás...).

E, quando se separaram.... A parte dela que era de direito deu para comprar um apartamento para ela morar, bem menor, porém já quitado. E como o outro apartamento por ser bem maior permitia que ela tivesse muitas coisas, até porque tinha uma grande tendência consumista... Mas precisou se desfazer de várias para conseguir se mudar. Nem pareceu tão incomodada com o processo da mudança, onde teve que tirar as coisas de lá, arrumando lugares provisórios para deixar enquanto não conseguia entrar no novo apartamento, de dormir na sala da casa da mãe etc...

Muitas pessoas no lugar dela sentir-se-iam incomodadas por isso, por ter que ir morar num lugar não tão espaçoso, e sem poder levar tudo. Mas o alívio dela com a separação foi tão grande que o consumo e a matéria ficaram totalmente em segundo plano. Contou-me que se desfez de roupas, móveis, acessórios que ela já nem usava tanto mas estavam ali... E, de uma maneira tranquila e determinada, disse-me:  “A gente precisa de tão pouco para ser feliz...”

Senti de verdade a sinceridade, determinação e aprendizado nas palavras dela. Nem todas as pessoas teriam esse desprendimento a ponto de nem se incomodar com uma, digamos, “queda” no padrão de vida.

E ela disse isso com tanta propriedade, que me fez entender ainda mais a lição de que, definitivamente, liberdade e leveza de espírito valem muito mais do que as coisas materiais!!!


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