domingo, 24 de agosto de 2014

Ir em direção à luz é... Dificílimo!

Há quem esteja acostumado a viver nas sombras. E, um dia, por vontade própria, ou por sugestão de alguém, a pessoa decide que quer ir em direção à luz.

Como é bonito ouvir ou dizer isso... Parece tão simples e óbvio, mas...    Quantos fracassam nessa tarefa, porque decididamente, não é fácil.

Quando estamos acostumados a viver nas sombras... Estamos ali, apenas imaginando como é o ambiente, visto que não o enxergamos na totalidade. Tocamos alguns objetos e temos referência deles no escuro. E nossas vistas estão acostumadas e acomodadas com o escuro.

Até que, um dia, resolvemos acender a luz, ou algo/alguém acende por nós. Imediatamente, fechamos os olhos porque esta nos incomoda! Pedimos para apagar, ou nos sentimos tentados a isso, porque por mais que saibamos que a iluminação é melhor, era na sombra que estávamos acomodados! Doem as vistas. É o primeiro desconforto... Muitos desistem logo aí, nessa primeira fase, porque se recusam a sair da zona de conforto.

E, para quem consegue entrar na segunda fase...

...vem o momento de reconhecer o local em que estávamos novamente, porque agora está iluminado. Agora estamos vendo tal como é, não como imaginávamos. Agora não precisamos tatear para encontrar as coisas, tudo já conseguimos ver, até por outros ângulos... E como podem parecer diferentes nessa hora... Podemos até ter dificuldade de reconhecer o local e tudo o que faz parte dele. Será que é o mesmo local? Às vezes sequer reconhecemos. Sabemos racionalmente que é o mesmo local, mas em nossos sentimentos, em nossa emoção, a sensação pode ser outra...

Ao tocar novamente os objetos, mas agora iluminados, pensamos: “Será que realmente são os mesmos objetos que eu tocava?”. Podem nos parecer diferentes mesmo tocando, porque nossa percepção mudou, mesmo que tenha sido à força.

Pode ser que nos decepcionemos. Pode ser que IMAGINAR como tudo seria iluminado enquanto estávamos nas sombras fosse totalmente diferente de tudo como estamos vendo agora...

Alguns podem desistir de avançar por puro medo e ficar nessa segunda fase, ou voltar para a primeira apagando a luz... Porque ficou tanto tempo nas sombras que se acostumou a viver desta maneira e não se encoraja a ir para a luz. E aí... Pode surgir uma grande frustração. Queria mudar, mas não conseguiu, por medo, ou por culpa, por achar que “só merece viver nas sombras”, ou porque não é digno de luz. Ou, se não surge a frustração, pode surgir o despeito, ou orgulho... A ponto de dizer que está muito bem no caminho de sombras que escolheu, e ainda tenta convencer outras pessoas do mesmo, afinal, se não fizer isso pode acabar sozinho. Tudo isso porque no fundo, até inconscientemente, sabe que não foi esforçado ou corajoso o suficiente para transcender os próprios limites.

Mas, para quem insiste... Vem a terceira fase. A de aceitar e se acostumar com o novo ambiente.

Nessa fase, ainda veremos sombras no ambiente iluminado... E teremos que chegar bem perto delas para que possamos enxerga-la, ver que sombra é essa, e também para descobrirmos que obstáculo está impedindo a chegada de luz ali. Talvez não seja necessariamente um obstáculo. Talvez seja apenas um objeto necessário, porém fora de lugar. Basta muda-lo. Ou jogá-lo fora mesmo, caso seja desnecessário.

E tudo isso traz um grande desconforto. Uma tentação de voltar à sombra. Ou o simples desconforto por ter que se acostumar na nova realidade. Aliás, muito bem dito: Na REALIDADE. Porque enquanto tudo era escuro, podíamos imaginar todas as coisas como queríamos, não como realmente eram!

Mas, para quem é perseverante, essa fase logo transforma a pessoa numa grande amante da luz e do ambiente iluminado, e lembrar-se das sombras pode causar até mal estar... Podemos desenvolver até o medo do escuro nessas horas. Ao dormir, fechamos os olhos e não veremos nada, apenas a escuridão... Mas vamos querer um interruptor por perto, ou um abajurzinho ligado, uma porta aberta que permita uma passagem de luz... Porque a escuridão total nos incomoda.

Temos como exemplo o dependente químico. Enquanto ele escolhe estar na sombra do vício, está lá, experimentando algum prazer físico e/ou psicológico que o satisfaz por um tempo... Mas quando resolve mudar de caminho... Como é doloroso! Não é preciso conviver com um dependente para sabermos o quanto esse processo de recuperação e desintoxicação é doloroso e desconfortável. Todos sabem que o melhor que ele está fazendo é ir em direção à luz da cura, por mais sofrimento que isto cause a ele. Ele quer ir para a luz, mas muitas vezes a tentação e a dependência é tão forte que ele acaba tendo recaídas...

Alguns espiritualistas dizem que nosso mundo nunca recebeu tanta luz como agora. Como assim, sendo que quanto mais o tempo passa, mais temos notícias tristes e desesperadoras? Muito simples: Enquanto não havia tanta luz, ninguém enxergava tantas sombras... Só é possível enxerga-las quando projetamos a luz! Por isso tantos dizem que estamos num grande período de mudanças!

Quanto maior e mais escura é a sombra que nos cerca, mais nossa visão será ofuscada quando a luz se acender! E mais desconforto sentiremos para nos acostumarmos com o ambiente iluminado...

Portanto, quando você decidir sair das suas sombras... Tenha coragem e vá, mesmo sabendo que enfrentará dificuldades! Quando aquela luz se acender e cegar seus olhos... Insista, logo eles se acomodarão. Quando enxergar o ambiente iluminado, em breve você irá se acostumar com ele.

Quem sabe você tenha a sorte de receber não apenas uma luz... Mas a uma luz vinda da sua estrela, aquela que o Universo te prometeu de presente para você seguir!!!


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