Dizem que todo mundo precisaria fazer terapia, e claro, a maioria das pessoas não faz ou nunca fez. Assim como dizem que todo mundo precisaria fazer exercícios físicos e a maioria não faz também.
Não tenho a menor pretensão de convencer que "é essencial para algumas pessoas". Freqüentemente, quem faz terapia, especialmente quem está começando, começa a achar que um monte de gente à sua volta deveria fazer também e tenta convencê-las disso. Ficam "chatos", até (risos).
Não sei se “quase todo mundo” precisa de terapia. Conheço muita gente que é muito bem resolvida, tem boa convivência com os demais, pessoas sem grandes traumas (ou nenhum deles), nunca fez terapia e pelo menos por agora, de fato não parece precisar.
Mas o que existe de preconceito com isso... E a má impressão que as pessoas têm sem ao menos tomar mais conhecimento antes de falar... Cito alguns exemplos abaixo:
-Lembro que há anos atrás, um conhecido meu “disparou” essa... “Acho a maior besteira ir falar com psicólogo... Pra que vou pagar alguém para ficar me dando conselhos?” Ele era tão “cabeça dura” que sequer me dei ao trabalho de contestar.
-Já ouvi gente dizer o contrário: "O que vou fazer lá se o profissional não vai me dar conselhos ou falar o que eu tenho que fazer?"
-Um outro veio e me disse uma vez: “Terapia é pra gente fraca. Eu sou forte, não preciso disso!”
-Uma outra pessoa que convivia comigo ainda disse uma vez (e olha que essa pessoa tinha um “gênio” mais difícil que o meu!): “Você precisa. Eu, não.” Aí, quando comecei a fazer e comecei a me impor para essa pessoa, veio com essa outra “pérola”: “Essa terapia tá te fazendo mal, você precisa sair.” E de fato, certo tempo depois, pude parar. E um dia precisei tomar uma decisão que desagradou em cheio essa mesma pessoa, que disse: “Acho que você precisa voltar a fazer análise.” Vai entender...
-Outros dizem: “Eu sei o que quero, logo, não preciso de terapia. Terapia é pra quem está indeciso e eu não estou”.
-E o ‘clássico’ que acho que todo mundo já ouviu de alguém... “nunca vou fazer porque tenho medo do que posso encontrar.”.
-E ainda existe o velho preconceito: “Terapia é pra gente louca”
Cada uma dessas pessoas que pensa de qualquer maneira exposta acima perde a oportunidade de se conhecer e resolver questões que de fato podem ser difíceis, mas que o tempo e a vontade de cada um ajudam a superar, ou ao menos conviver com isso.
Para quem nunca fez terapia e acha que o terapeuta está lá para te dar conselhos, para te julgar ou para te dizer o que fazer... Acredite, não é nada disso. Ele é uma pessoa como outra qualquer, logo, nunca terá resposta para tudo e não deve “se meter” ou querer interferir na vida de ninguém (se encontrar um profissional assim, fuja dele). O que percebi que o profissional faz é abrir um caminho para o paciente SE QUESTIONAR... Ele ajuda a pessoa a levantar questões, ajuda também o paciente ver as coisas por outro ângulo... Sem julgamentos. É por isso também que as pessoas que convivem com quem está fazendo terapia às vezes ficam com uma ideia errada do processo. “Como assim, você está indo lá e o(a) terapeuta não te mandou parar de beber?”
Essas pessoas também acabam criando um preconceito porque o paciente às vezes tem o comportamento até piorado. Pode ser sim por um processo mal conduzido, afinal profissional incompetente existe em todas as áreas. Mas muitas vezes o paciente “piora” justamente porque começa a encarar os próprios fantasmas.
Mas, enfim. Não é meu objetivo mostrar como é uma terapia (até porque não estudei Psicologia), mas sim mostrar o que aprendi sobre o meu processo, sendo paciente.
Para quem pensa em fazer, em primeiro lugar, precisa querer e estar disposto a “se enxergar”. Depois disso, é preciso que você sinta empatia com o profissional. Se “não foi com a cara dele(a)”, não continue, troque de profissional. E, lógico, como em todas as profissões, nesta também existem profissionais incompetentes. Mas se você não conseguir encontrar nenhum que te agrade, talvez o problema seja porque você mesmo(a) não consegue aceitar o que foi levantado nas sessões ou se recusa a enxergar a si próprio(a). E não espere que você vai encontrar fórmulas prontas, que o profissional vai te dar as respostas (pelo contrário, ele te trará perguntas)... Saiba também que às vezes você poderá sair de uma sessão meio triste, de outra você pode sair alegre e motivado... E assim vai. Tudo isso faz parte do processo.
E não tenha medo de ser “julgado”. Se você estiver com um bom profissional e se sentir “julgado” por ele, será que foi por ele ou por você mesmo?
Existem sim os profissionais que seguem uma linha “provocativa”. Existem também os que partem do princípio que é preciso trazer à tona principalmente os pontos negativos da pessoa para que possam ser trabalhados e superados. E existem também aqueles que preferem entender como a pessoa funciona e trabalhar em cima disso. Há também outros que mesclam a psicoterapia com procedimentos místicos.
Fica aí uma pequena contribuição para quem pensa em fazer, ou para quem nunca teve oportunidade de entender ao menos um pouco como é. E volto a dizer: tudo o que está exposto aqui é uma simples visão apenas como paciente. Ignoro totalmente essa ciência e não venham por exemplo perguntar se passei por processos junguianos ou freudianos, porque nem saberei responder (Risos). Caso algum profissional da área queira contribuir com informações, discordar de algo... O email do blog é venhaereflita@gmail.com, ou poste nos comentários mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Refletiu? Tem uma opinião diferente, algo a acrescentar ou discordar? Então deixe seu comentário!