quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Olhemos as classes menos favorecidas com mais compreensão!

É muito comum os cidadãos mais privilegiados economicamente maldizerem as comunidades menos favorecidas.

No cenário atual do Brasil, por exemplo... A chamada “elite” costuma criticar a população mais pobre, sem tanto esclarecimento. A elite os chama de “encostados”, “mal educados”, “folgados”, que “sujam a cidade” e  outras negatividades. Ok, esses julgamentos podem até ter fundamento por causa de uns (que também existem na elite), essas pessoas podem ter razão nas irregularidades que apontam, mas...

...e se alguém da elite tivesse nascido nessas comunidades?

É muito “cômodo” falarem e reclamarem dessa parte da população, mas pense bem: Que educação eles tiveram? Que oportunidades eles e/ou seus pais e demais ascendentes tiveram? Vivendo num país que não investe em educação e concentra a riqueza nas minorias, essas parcelas da população ficam realmente esquecidas (e todos sabemos que para as autoridades isso é uma grande vantagem). E muitas vivem de um programa social que justamente os faz continuarem do jeito em que estão, um “cala-boca”. Alguns realmente precisam. Muitos se acomodam e não batalham por mais nada (até porque as autoridades não exigem nada, justamente para que não vão atrás de esclarecimento). O “paternalismo” existente é falso. Não é com a intenção de dar apoio, mas sim, de acomodar... E alienar.

Você, que faz parte de uma parcela mais favorecida da sociedade, pense: Se você tivesse nascido numa comunidade sem tanto acesso à educação e cultura... Provavelmente não teria a mesma postura. Não teria tido acesso a educação que teve. Provavelmente teria tido pais mais ignorantes que não teriam dado a mesma base que têm e os fez “pensante”, nem teria convivido com pessoas do seu círculo. Logo , não seria quem é hoje. 

Agora, se tivesse sido dada uma oportunidade ou educação para algumas daquelas pessoas que vivem numa comunidade menos favorecida, muitas teriam mais esclarecimento e consequentemente uma vida melhor.

“Mas há quem batalhe e consiga uma vida melhor.” Concordo. Mas em toda sociedade é sempre uma minoria que se destaca e dá um grande salto na própria vida, são exceções ao que infelizmente é uma regra. Em geral, a pessoa costuma se manter da mesma maneira do ambiente em que nasceu ou cresceu (principalmente num país como o nosso que não promove educação e crescimento sustentável). Ainda mais nos dias de hoje, onde a competitividade desenfreada já não faz aparecerem mais tantos “destaques” como nossos antepassados. Avós e bisavós que não tinham nada e há anos atrás progrediram muito... Mas era um período onde apareciam mais oportunidades de dar grandes saltos. Hoje tudo é muito mais difícil.

Também somos vistos com preconceito lá fora pelos países mais ricos e não gostamos. E aqueles brasileiros que concordam com a má visão que os estrangeiros têm dos brasileiros? Eles simplesmente têm mais consciência das fraquezas de nossa nação, são esclarecidos o suficiente para isso... Ou têm simplesmente uma visão negativa de nosso povo, talvez de si mesmo? Mas que tal reconhecer as potencialidades daqui? Somos mal vistos em alguns pontos, e muito bem vistos em outro! A alegria dos vários países que estiveram aqui e se sentiram tão bem acolhidos e encantados com o grande coração do povo brasileiro durante a copa do mundo é prova viva disso. Nem tudo foram “flores”, claro que em alguns pontos deixamos uma má impressão. Mas no geral a visão foi positiva.

Também temos vários cidadãos da sociedade vista como “ativa”, “pensante”, “contribuinte” que cometem vários erros que em nada contribui para o desenvolvimento: Dirigem embriagados, são “folgados” no trânsito e praticam direção perigosa, jogam lixo pela janela do carro, sonegam impostos, alimentam o tráfico de drogas, têm seguros e forjam sinistros, compram produtos como por exemplo peças automotivas em locais ilícitos proveniente de roubos, fazem “gato” na TV a cabo, irregularidades no meio político... E muito mais. Há quem fale que “rouba para não ser roubado”. Excelente desculpa para agir fora da ética. Se queremos ver mudança, a mudança deve começar em nós.

Para quem diz que “grande parte das notícias negativas do dia-a-dia vem das camadas mais baixas”... Pode até ser que a maior parte da criminalidade venha delas, mas por quê? Por que são “pessoas piores”?  Não necessariamente. Talvez simplesmente porque sejam maioria na população. Proporcionalmente, todos os núcleos da sociedade podem na mesma porcentagem cometer erros que a prejudicam.

Não pretendo “justificar” os erros e irregularidades existentes nessas camadas não tão beneficiadas... Porém, olha-los com os olhos da compreensão e contribuir com uma pequena parcela de compreensão e tolerância, pode facilitar um pouco mais o desenvolvimento de um país melhor.

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