Faz parte da vida querer melhorar como pessoa e
se superar. Todos sabemos que temos defeitos que precisam ser superados.
Tem gente que nem se preocupa tanto com isso.
Aliás, tem quem NÃO se preocupe, nem um pouco.
Mas aqui o foco é falar daqueles que exigem muito
de si, de maneira até desequilibrada.
Já pararam para pensar que mesmo que superemos
todos os defeitos dos quais temos conhecimento... Mesmo que descubramos outros
e consigamos corrigir também... Que por mais que sejamos perseverantes e
tenhamos sucesso na nossa transformação e nos tornemos pessoas melhores, ainda
vamos morrer com um monte de defeitos?
Ninguém sairá deste mundo livre de defeitos.
Tivemos vários missionários, vários exemplos de pessoas elevadas... Mas quem
desses alcançou a perfeição? Para quem tem fé, talvez o único ser perfeito que
tenha passado por aqui tenha sido Jesus Cristo.
Tudo o que é demais faz mal. E isso se aplica
também a tentativa de sermos melhores!
Há pessoas que na ânsia de alcançarem a
perfeição, acabam se cobrando de atitudes elevadas que pode ser que nem tenha
condição de ter... Que acabam forçando a ser quem ainda não são “porque é
certo”... Que acabam se anulando em nome de uma suposta benevolência e virtude,
e podem até passar por cima delas mesmas para fazerem o bem para os demais.
Quem procura se aperfeiçoar para o mundo sem se
aperfeiçoar para si mesmo, simplesmente não conseguirá ser feliz. E quem não é
feliz não será capaz de fazer o bem para si mesmo, e muito menos um bem genuíno pelos demais. Quando dizem que a mudança
que queremos ver no mundo tem que começar pela gente, a primeira coisa que vem
em nossa cabeça é “ser uma pessoa melhor, com menos defeitos”. Não é! O que tem que começar pela gente para que o
mundo melhore é nossa felicidade! Já parou para pensar nisso? É sendo
felizes que teremos energia, ânimo e motivação para começar a operar mudanças
em nossa volta. É sendo feliz que você vai começar a transmitir felicidade para
quem está à sua volta, e para todas as atividades que você executar.
Pare para pensar. Muitos de vocês devem ter
exemplos de pessoas idosas na família (que já partiram deste mundo ou que ainda
vivem) vistas como “exemplos de bondade e virtude” por todos. Especialmente nas
mulheres, que foram criadas para serem submissas há anos atrás. Quantas se
calavam porque foram ensinadas a serem assim, pela própria família, ou pela
comunidade religiosa... Quantas pareciam ser “boazinhas”, mas na verdade, eram
apenas forçadas a serem resignadas e aceitarem tudo o que acontecia. Quantas
viveram até o fim da vida num casamento e vida infeliz, tudo para manter o
padrão da “mulher virtuosa”. Aí pergunto a vocês:
Essas mulheres eram realmente
virtuosas, ou forçavam-se a ser para atender as expectativas da família e da
sociedade e para isso lutavam até contra os próprios desejos?
Porque, segundo estudos, o mal de Alzheimer é
duas vezes maior em mulheres do que em homens, sem de fato explicarem a causa?
O Alzheimer é a doença do esquecimento... Aos poucos a pessoa vai se desligando
do mundo em que vive...Talvez o dobro dessa incidência nas mulheres seja porque
o cérebro se force a esquecer mesmo, como uma auto defesa contra as lembranças
de toda uma vida vivida para agradar uma sociedade. Já os homens sempre tiveram
liberdade de ser quem eram, de viver suas vontades, logo, não tinham porque
lutar tanto contra eles mesmos... E negar quem somos de verdade (seja pela
submissão como no caso dessas mulheres que citei, seja porque simplesmente não
conseguimos aceitar nossos defeitos) é um dos maiores “tóxicos” que geramos
contra nós mesmos!
Claro que dei um exemplo extremo. Mas creio que
faça todo o sentido. Seja como for,
“pegue leve” com você mesmo no próprio aperfeiçoamento. Nenhuma mudança,
nenhum defeito é corrigido ou nenhuma nova virtude é adquirida de um dia para
outro. Você pode até resolver mudar suas atitudes erradas imediatamente, mas
sabe que sua essência, que fazia você cometer esses erros, pode precisar de
mais tempo para ser modificada.
E de certa forma, todos nós fomos educados ou
somos influenciados mais para ter do
que ser. E mais para parecer , do que para sentir! E, meus amigos, negar ou ir
contra os nossos sentimentos é uma das maiores causas de fracasso pessoal.
Sempre digo que até os sentimentos ruins são úteis porque são eles que nos
indicam onde falhamos e nos mostram exatamente onde precisamos mudar.
Lógico que a educação e o aprendizado de viver
em sociedade respeitando o espaço do outro são essenciais...
Todos temos que
aprender a ter limites. Mas tão importante quanto aprendermos o limite é
aprendermos a ser nós mesmos, nos amando de verdade, e sermos felizes.
Lembre-se: Você pode se aperfeiçoar o quanto
for, mas ainda assim sairá deste mundo com vários defeitos...
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