sábado, 21 de junho de 2014

Assumindo (por vontade própria) um fardo além do que podemos suportar!

“Os cemitérios estão lotados de insubstituíveis.” (Autor desconhecido)



Então, por que querer “carregar o mundo nas costas”?

Vejo pessoas que além de terem os próprios problemas, querem também assumir o problema alheio. Sentem-se responsáveis ao extremo em resolver problemas em seu trabalho (e geralmente são centralizadoras, acham que somente elas conseguem resolver e não pedem auxílio de ninguém), incorporam-se aos problemas de amigos e familiares como se fossem dela, deseja resolver tudo para todos... E coloca-se em último plano. E o bem estar dela, onde fica?

Pessoas assim normalmente são as amigas de todas as horas, são solidárias, companheiras e têm um grande senso de responsabilidade. Mas justamente por assumirem uma carga muito grande, acabam tendo pouco tempo, ou nenhum tempo, para cuidarem delas mesmas.

É claro que eventualmente todos podem passar por um período que exija mais nossa solidariedade ou responsabilidade, seja no trabalho, seja na família, ou com qualquer pessoa querida. Mas quando o que deveria ser eventual passa a ser hábito e incorpora-se a nossa personalidade... É hora de repensar.

Conheço gente que recusou ficar de folga da empresa mesmo tendo atestado médico para não comprometer o serviço... Outras que adoram deixar claro o quanto estão cansadas e o quanto se sacrificam por familiares mas não pedem auxílio dos outros (e parecem no fundo não querer que ninguém as auxilie mesmo), outras que largam tudo para assumir problemas dos amigos... Gostam de agir como se quisessem ser um "mártir".

Por que as pessoas ficam assim? Algumas por serem centralizadoras mesmo, acham que ninguém faria algo melhor do que elas, ou por cobrarem-se demais sendo extremamente autocríticas... Outras porque ficaram tão envolvidas em um problema ou período difícil que, quando estão livres do mesmo, sentem-se “menos úteis”, ou “menos responsáveis” perante a vida, porque ficaram acostumadas a viver em turbulência... E culpam-se, sentem-se piores do que eram quando estavam “em plena atividade”, por não terem mais nada sério para resolver. Ou ainda, por terem uma autoestima muito baixa, assumem cargas pesadas para conseguirem aprovação dos outros.

E o que acontece quando acabam assumindo mais do que poderiam suportar? Ficam cansadas, estressadas, com a saúde comprometida... E quando chega ao ponto de comprometer a saúde (física ou mental), nada mais é do que a vida nos cobrando, obrigando-nos a parar porque nossas forças se esgotaram e precisamos de uma pausa, nos cuidar, encontrar tempo para nós mesmos... E nessa hora, será que a empresa, familiares e amigos vão querer assumir toda a carga delas?

Não nos esqueçamos que para conseguirmos fazer o bem e auxiliar, temos que estar bem para isso! Temos que nos colocar em primeiro lugar, sempre, para termos condições permanentes e estarmos prontos para auxiliar e enfrentar o que vier pela frente.

Não é nenhum pecado passar por um período mais tranquilo. A pessoa que é responsável e solidária por natureza não vai deixar de ser, e nem é possível praticar todas as nossas qualidades o tempo todo. Aliás, temos mais é que aproveitar para nos refazermos durante a “calmaria”, visto que a vida é imprevisível e a qualquer hora podemos nos deparar com outra “tormenta”...

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