sexta-feira, 27 de junho de 2014

O que uma educação "super conservadora" pode gerar?

Hoje em dia fala-se muito que a educação é muito liberal, que os pais não impõem limites aos filhos, que é muito difícil educar com tanta “libertinagem” e restrições a qualquer ato como uma “palmadinha”, etc... Bom, assunto sobre isso não falta. E de fato, uma educação muito liberal não é nada recomendável e não forma bons seres humanos.

Mas há algum tempo conheci uma família que vai totalmente ao contrário disso, cujos pais  educaram os filhos “à moda antiga”, vamos dizer assim. Achei tão raro, tão “no extremo” do que se vê hoje, que não pude deixar de observar o quanto esse tipo de educação, tão rigorosa, pode não ser recomendável também.

Pois bem. É uma família cujos pais tiveram 2 filhos e 1 filha, a caçula. Todos hoje na casa dos seus 30 e poucos anos. Dá gosto de ver o quanto os pais são ligados aos filhos, o quanto os filhos respeitam e são ligados aos pais etc... Coisa rara de se ver hoje em dia. E realmente os filhos foram muito bem educados. Todos com estabilidade profissional, concluíram os estudos “com louvor”, e a vida deles caminha muito bem. Mas, como nada é perfeito... A educação foi muito rigorosa mesmo. Não violenta, porém os pais não deixaram de impor uma “ditadura” a eles...

Por exemplo... Os 2 meninos jamais podiam sair e voltar “tarde da noite”, não podiam viajar sem os pais, dormir fora de casa nem pensar... Começaram a ter liberdade para isso quando já tinham seus 25, 26 anos. A garota nunca “usufruiu” disso, visto que se casou aos 23 anos. Esta aparenta ser feliz, mas como foi criada “numa redoma”, e o marido é um cara meio dominador (e como ela estava acostumada com o domínio do pai e com o exemplo de submissão da mãe atraiu um padrão assim e acata tudo), ela demonstra uma ingenuidade para muita coisa, e às vezes parece viver “no mundo mágico de Oz”...

E os meninos? Claro, ao passarem a conhecer “o mundo lá fora”, tiveram acesso a coisas que nunca tinham tido antes, e até hoje mostram uma extrema dificuldade principalmente em se relacionarem com mulheres.

Quando namoravam e levavam as namoradas para a casa deles, havia regras ”tipo anos 60”. Por exemplo, jamais podiam ficar sentados no sofá da sala ao lado delas se o pai ou a mãe não estivessem por perto. Parece arcaico, mas sim, isso e muito mais acontecia...

Os pais chegavam ao extremo de dizer a eles que, caso estivessem saindo com alguma moça que não fosse namorada, “não iam querer nem saber, nem era para contar”... Ou seja? Sem diálogo em casa, tendo que lidar com isso com exemplos de amigos... Imaginem o “desastre” que era com algumas dessas mulheres...

E é claro que eles procuravam e procuram até hoje garotas para curtir a vida, sair etc... É algo extremamente natural. E ambos são bonitos, bem sucedidos, chamam a atenção de muitas garotas por isso, até por deixarem bem claro que são ligados à família etc... Digamos que mulher é o que não falta para eles. Com algumas, claro, é só curtição. Mas eles têm uma tendência a se atraírem por garotas mais “reservadas”, vamos dizer assim...
E são essas que sofrem. Ficam com elas por um tempo e depois desistem, ou de repente, resolvem faltar totalmente com o respeito por elas. Por quê? A impressão que dá é que procuram garotas mais “reservadas” porque inconscientemente buscam uma mulher tendo como exemplo a mãe (super rigorosa e moralista) e a irmã (que foi criada com toda essa moral), totalmente reclusas. Mas o que encontram na maioria são pessoas que já não tiveram uma educação tão rigorosa quanto à deles (afinal o mundo evoluiu e a geração deles – minha também – já não condiz com o que os pais deles impuseram e impõem como modelo até hoje). E com o passar do tempo, ou não tanto tempo assim, essas garotas permitem desfrutar com eles de momentos mais íntimos, o que é perfeitamente natural também... Mas indo contra o modelo da mãe e da irmã deles. E, de repente, até de maneira inconsciente, “a garota não serve”, “não vai atender as expectativas dos pais” e acabam deixando-as para trás. E nem eles devem saber explicar o porquê. Parece que racionalmente sabem que são mulheres dignas, mas emocionalmente não acham que são e a reprovação é inconsciente... Complicado isso, não?
Vivem  num eterno conflito mental e comportamental (que eles nem sabem que existe) entre aquilo que aprenderam em casa e aquilo que vêem fora dela...

E aprontam mesmo. Há quem diga: “Como podem terem sido tão bem educados e serem tão ‘canalhas’?” Aí eu pergunto, será que realmente não dá para entender?

E quanto mais o tempo passa, mais fica difícil para eles se envolverem. Afinal, à medida que vão envelhecendo, as mulheres que conhecem da mesma faixa etária já têm certas vivências e experiências de vida que sua mãe e irmã jamais puderam viver enquanto solteiras... E mesmo que apareça alguma mulher que tenha sido tão “resguardada”, será que vai ser interessante para eles? Se for uma pessoa sem um mínimo de vivência, mal terá assunto e o que acrescentar a eles, que hoje já têm uma certa liberdade e já ficaram mais experientes.

Um deles, inclusive, apesar de ser todo “metido a pegador”, e com aquela pinta de “homem bonito e bem sucedido” (porque é mesmo), acaba sendo ingênuo em muitos pontos... Por exemplo,  se acha muito esperto com mulheres mas além de não conseguir ter muito assunto e parecer até meio “infantil” (pode ser bem sucedido e inteligente no trabalho, mas não parece ter muita inteligência emocional), chega ao extremo de “dar em cima” de garotas do mesmo círculo e tem certeza de que nunca será descoberto...


É muito raro hoje nos depararmos com exemplos assim, mas ainda acontecem.  E voltando aos pais... Claro, fizeram o melhor que sabiam pelos filhos e não dá para julgá-los. É uma família realmente admirável, mas... Nada é perfeito. Uma pena.

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